Símbolos Fálicos
Pequeno amuleto em ouro. Brinde que poderia surgir num bolo-rei há algumas décadas atrás.
A expressividade traduzida pelo gesto de fazer figas é um dos símbolos fálicos mais enraízados em algumas culturas mediterrânicas, particularmente nas de origem e influência latina, sendo em muitas dessas culturas considerado um amuleto contra acontecimentos adversos.
O valor arquetípico das figas, e de alguns outros símbolos fálicos, pode, contudo, incluir-se numa simbologia mais vasta da verticalidade, da ligação entre o humano e o divino, da relação entre as forças telúricas e ctónicas e as forças cósmicas.
Embora as torres sineiras, os minaretes, as torres do silêncio, os pelourinhos, os cruzeiros, as colunas comemorativas, os menires, e outros edifícios ou monumentos predominantemente verticais de diferentes culturas, possam ter uma funcionalidade específica, não deixam de remeter para essa ligação simbólica entre o humano e o divino, o terrestre e o celestial, que vem sendo arquetipica e sincreticamente retomada na cultura ocidental desde a bíblica imagem da Torre de Babel.
Embora a simbologia dessa verticalidade, divina ou divinizante, não seja exclusiva do mundo ocidental, é aqui que encontramos inúmeros exemplos de objectos traduzindo uma supremacia hierárquica, alegadamente de eventual origem divina ou sobrenatural, que lhe pode estar associada - o ceptro, o báculo (forma elaborada do cajado bíblico), a vara da justiça, o pingalim, e até mesmo a... varinha de condão.
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