Capas & Companhia
Capa e ilustrações de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957) para o romance Casa da Malta (1945; presente edição, 3.ª, 1952), de Fernando Namora (1919-1989).
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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
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Capa e ilustrações de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957) para o romance Casa da Malta (1945; presente edição, 3.ª, 1952), de Fernando Namora (1919-1989).
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Capa de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957) para Histórias Castelhanas (1955), de Domingos Monteiro (1903-1980).
Para uma breve referência ao relacionamento entre Domingos Monteiro e Manuel Ribeiro de Pavia, ver http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/235918.html.
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Alexandre Cabral (pseudónimo de José dos Santos Cabral, 1917-1996)), Terra Quente (1953).
Xilogravura de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957).
Marca de Posse de Pinto Quartin (1887-1970).
Cf. http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/185979.html.
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Capa de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957) para o romance Marés (1.ª edição, 1941; 2.ª, 1944) de Alves Redol (1911-1969).
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Capa e ilustrações de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957).
Ferreira da Costa (1907-1974), Na Pista do Marfim e da Morte (1944)
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Antunes da Silva (1921-1997), Sam Jacinto (1950).
Capa de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957).
Escritor cuja obra se insere no movimento neo-realista, Antunes da Silva abordou muitas das temáticas recorrentes nessa literatura – a luta de classes, a solidão, a desolação e o desamparo, a miséria e o sofrimento dos trabalhadores.
De entre as suas inúmeras obras, as mais conhecidas serão as primeiras colectâneas de contos, Gaimirra (1946), Vila Adormecida (1947; cf. a belíssima capa em http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/166278.html), e esta Sam Jacinto, bem como a novela Suão (1960).
Para além de prosador, Antunes da Silva foi também poeta e em breve será aqui referido um dos seus primeiros livros de poesia, Canções do Vento (1957).
Do conto A Fuga, incluído em Sam Jacinto, transcrevem-se dois parágrafos:
"É doloroso dizê-lo, mas é assim. A vila, por muito que se tente, por muito que certos homens se esforcem por erguê-la à sua antiga condição – nem reage. Existe, entre os seus habitantes, um medo da vida, aquilo que o sr. Florentino disse, e muito bem, "ser a tragédia de um povo que perdeu o espírito de iniciativa e a voluntária vontade de lutar..." Almas fracas, influídas pela crise, deram em beber e faltar ao respeito às pessoas de vergonha. As raparigas, nos bailes, aceitam namoro a dois e três rapazes ao mesmo tempo. Os arrendatários de terras, esmorecidos nos seus cometimentos, ficam horas e horas cismando, à espera de milagres que nunca mais vêm...
A vila mudou. Tem outros vícios e menos virtudes... Afaga-se ao passado, ao prestígio de meia dúzia de cidadãos que mantêm intactos os corações puros e virgens da passada mocidade. Os homens que nascem e crescem têm medo da vida. E com esse medo da vida, os homens que nascem e crescem nas planícies tornam-se agora menos solidários e mais hostis. Qualquer menina namora até altas horas e já nem os pais se conseguem fazer obedecer... Ou os pais deixam passar o tempo, ansiosos, à espera que as filhas tenham um lugar de futuro ao sol do mundo, casando com qualquer estanislau..."
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Capa de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957).
Castro Soromenho (1910-1968), Homens sem Caminho (1946).
O conflito entre Lundas e Quiocos que se desenvolve ao longo da narrativa vem sublinhar a inutilidade da resistência àquilo que parece ser o destino de cada um destes povos – o domínio, no caso dos Quiocos, e a submissão, no caso dos Lundas.
Mas, em território Lunda, o conflito é também um conflito interior, de um proscrito que regressa ao seu povo e é impotente para o salvar da ameaça dos Quiocos, e um conflito exterior, colectivo, que sublinha a decadência dos Lundas. A redução à escravatura vem confirmar essa decadência e selar a fatalidade do seu destino.
Djàlala, que tinha sido um proscrito e agora aparecia como um messias que viria salvar os Lundas, nada pode fazer contra os Quiocos nem contra o destino, que se anunciava através de pequenos sinais de mau-agoiro, de pequenas contrariedades, de pequenos feitiços com devastadoras consequências. O Djàlala do final da narrativa é uma personagem acabrunhada e dominada pelo destino, tendo perdido a personalidade que inicialmente demonstrava:
"A história da fuga do Djàlala do chão dos Bangalas, encheu todo o sertão. Os povos desgraçados e todos os escravos contavam-na ao redor das fogueiras nas noites brancas de luar. E os deserdados, em todas as senzalas lundas além-Caluango, o amaram. Gemeram os quissanges cantando o seu belo feito. E na boca das mulheres andava a sua vida feita em canção. A sua aventura ficara na saudade e no sonho de todos os infelizes. Ninguém, fora da sua aldeia e da taba do soba Cassange, o tinha visto. As mulheres aformosearam-no com a imaginação, e os escravos envolveram-lhe a vida em mistério. E o mistério volveu-se em lenda e a lenda em canção. Mas no Caluango, no seio da sua gente, e nos povoados vizinhos, a sua história era bem diferente. Toda a gente o olhava com olhos carregados de medo. Os escravos temiam-no, porque ele ali era sobeta, senhor com poderes de mandar chicotear os vassalos e vendê-los como escravos, e os sobas e conselheiros detestavam-no. Só as mulheres lhe queriam bem."
Para um breve comentário sobre outro livro de Castro Soromenho, Calenga (1945), que apresenta duas novelas, consulte: http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/193127.html.
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