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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

Sem Comentários - Revista O Occidente

blogdaruanove, 14.11.09

 

Pavilhão da Exposição das Colonias Portuguezas no Campo de Marte (segundo uma photographia)

 

Pormenor da capa da revista O Occidente, número 23, de 1 de Dezembro de 1878.

 

Gravura de Caetano Alberto da Silva (1843-1924), fundador e proprietário da publicação.

 

Note-se como o original fotográfico foi provavelmente encenado, visto que surgem novamente figuras chinesas em primeiro plano, tal como acontecera na imagem publicada a 1 de Julho, no número 13 da revista.

 

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Literatura Colonial Portuguesa

blogdaruanove, 13.11.09

 

Concluído em 1970, na cidade brasileira de Natal, este volume viria  a ser publicado, também no Brasil, apenas em 1973.

 

Luis Romano (Luís Romano de Madeira Melo, n. 1922 [note-se que a  notícia do seu falecimento a 6 de Julho deste ano era falsa]) refugiou-se em 1962 no Brasil, onde ainda hoje reside, depois de se afirmar partidário da independência de Cabo Verde e de ser perseguido pela PIDE.

 

Em prosa publicou as obras Famintos (1962), novela de índole neo-realista consentânea com a prosa de outros autores cabo-verdianos contemporâneos, e Ilha (1991). Em verso, Clima (1963). Publicou ainda dois livros que conjugam verso e prosa, o presente volume e Cabo Verde: Renascença de uma Civilização no Atlântico Médio (1967).

 

Sobre Negrume afirma o autor, no prefácio:

 

"Com o título 'LZIMPARÍN' que pode ser tradução emocional, em português, da palavra NEGRUME, apresentamos, pela primeira vez em Portugal e em todo o Mundo de Expressão Portuguesa, um livro de ficção caboverdiana, elaborado e escrito na Língua Caboverdiana, por um Filho-de-Cabo-Verde, de legítima descendência lusa."

 

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Literatura Colonial Portuguesa

blogdaruanove, 26.06.09

 

Folheto distribuído com o livro Estrelas na Noite Escura (1958), de Eduardo Teófilo (1923-1980).

 

Para uma pequena nota sobre as publicações Imbondeiro consulte http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/235179.html; para referência a uma obra de Eduardo Teófilo http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/323638.html; e para referência a uma obra de Garibaldino de Andrade (1914-1970) http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/249971.html.

 

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Literatura Colonial Portuguesa

blogdaruanove, 29.05.09

Capa de Cipriano Dourado (1921-1981).

 

Manuel Lopes (1907-2005), O Galo [Que] Cantou na Baía... (1959).

 

Do conto As Férias do Eduardinho transcrevem-se dois parágrafos:

 

"Em frente do muro, num pequeno rectângulo de terreno com escassa dúzia de regos de pouca largura, pés de mandioca entrecruzam os longos pecíolos tesos em cujas extremidades os limbos parecem mãos espalmadas. Para lá do último rego, o mandiocal transborda e desce rúpidamente [sic] pela ladeira íngreme, de socalco em socalco, até um pequeno bosque de cafeeiros. Sobre as copas dos cafeeiros a vista ganha distância. As árvores, as casas, os polígonos verdes dos regadios formam quadros em miniatura espalhados ao acaso. As "chãs" de plantio, os "tapumes" de pastagem rala, sucedem-se, como gigantescos tombadilhos de navios dispostos lado a lado e irrompendo das montanhas com as proas dirigidas para  saída do vale, a leste da ilha.

Corgos profundos cortados a pique, com rebanhos de figueiras bravas ao longo do leito, separam as chãs, como vagas revoltas dum verde esbranquiçado. Dum lado e do outro, nos terrenos ladeirentos, socalcos de cana sacarina, bananeiras e feijoeiros congo. Aqui e ali, a esmo, tufos de verdura viva, manchas brancas de lapili pomítico, oásis de árvores frondosas, laranjeiras e manqueiras [sic] espalhadas como marcos; colinas contorcionadas e estéreis de arestas ásperas e nuas, grandes manchas de terra queimada, esquadrões de monólitos graníticos irrompendo do solo em posturas de monstros pensativos, surpreendidos pela erosão. A servir de pano de fundo, ora por cima das linhas das colinas, ora caindo a prumo sobre os últimos tapumes, a cordilheira circular, à direita e à esquerda, com os altos cumes rendilhados, a perder de vista."

 

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A Ilha do Fogo no Século XVIII (V)

blogdaruanove, 13.03.09

Photo © http://polemikos.com/?p=235

 

"[...] / menos cauta e o dito gado que alem deste perigo experimentão / o de descerem por pesimos caminhos mal praticados nas ditas / rochas com risco de se despenharem para a parte de baixo e não / menos de serem mortos pelas pedras que continuamente desa- / bão da parte superior acrescendo mais para complemento de todo o / mal ser indispensavelmente [?] levarem os donos ou pastores grandes / gamellas chamadas taguras, e haverem de as encher de / agoa com calmões [?], que são as cuias daquelle pais e isto por / não ser possivel fazer tanque ou receptaculos para o gado beber / em grande numero de que se segue terem alguns de esperar / vinte e quatro horas para lhes chigar o seu torno depois do que / como lhes seja perciso caminharem duas ou mais legoas / para hirem a seus respectivos montados, he sem duvida que / não bebem todos os dias porem como estão criados nisto / suportao dois [rasura] e tres dias sem beberem o que não / farão outros quaesquer.

Enquanto aos creadores e pastores que percisamente hao de estar / com os seus gados todo o dito tempo tanto pelo monte acima ponde- / rado rompelo ainda mais porque das fabricas das Manteigas he / certo que terião de experimentar ou o incomado de passarem [...] / [...] tempo ja dito [...] os seus gados, ou perderem quoti- / dianamente meio dia [...] tão cansado, e perigoso como fica ponde / rado; porem valendo se de huma industria, que a Providencia / lhes facelitta e vem a ser que como pelas despenhadas rochas que formão / os covões por onde correm as aguas das chuvas e que impropriamente / chamao nesta Ilha ribeiras nasção Figueiras bravas, como estas / [...], a maior parte [...] das ditas [...] fica-lhes [final de página e de documento conhecido]"

 

 

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A Ilha do Fogo no Século XVIII (IV)

blogdaruanove, 12.03.09

Photo © http://polemikos.com/?p=235

 

 "[...] / tanto esta como todas as mais Ilhas sejão assim d'aquella / dita parte do Sul, em razão da falta de chuva que alli sem- / pre se experimenta.

Considerando que a prodigiosa quantidade desta materia / que se vê espalhada por cima do terreno desta Ilha, e a / muita mais que se perdeo pelo mar e não menos o volume dos / [rasura]  montes de que dimanou e que hé imcomparavelmente / menor do que a dita materia, considerando-se isto digo he / impossivel deixar de concluir que esta Ilha tem grandes [...] sobterra / nios, cuja descripção porem pertence ao Padre Kirker, ou a  outro semilhante sabio das Sciencias Occultas e não a mim que / tão somente posso afirmar concordar a experiencia. com esta con- / jectura, pois que há [...] haver varios sitios, onde hindo / a cavallo se conhece pella troada, [...] finos cascos dos cavallos / haver vão por baixo, como tambem tem demonstrado outras / experiencias, que [...] lugar [rasura] referirei.

A metade desta Ilha da parte do Sul como já fica dito / he [...] para pastagens em tempo de agoas em razão de des- / viarem os gados das sementeiras, que se costumão e devem fazer / neste dito tempo na outra metade da Ilha da parte do Norte, que / hé a mais apta para produçoens de sementes; isto em razão de serem / ali as chuvas mais abundantes ou menos raras que na outra do / sul; em ambas porem experimentão tanto os moradores / como os gados o maior de todos os incommados com a falta / total de agoa, que em todo o seu terreno há e tão somente se acha / nativa na raiz da alta rocha, que a [...] termina; porem junto ao / mar e tão junto, que succede muitas vezes arrebatar a gente / [...]"

 

 

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A Ilha do Fogo no Século XVIII (III)

blogdaruanove, 11.03.09

Photo © http://polemikos.com/?p=235

 

"[...] / metalica, e derretida, que de cima do dito monte desceo athe ao mar / enchendo humas das mais largas e porfundas ribeiras, que nesta / Ilha havia chamada da Baléa [?], e cobrindo grande porção de / terreno como ainda hoje se vê , e se verá athe ao fim do mundo; / por que depois de fria se converteo a dita materia em huma especie / de pedra inepta para produção alguma e rija como ferro, de / cuja qualidade partecipo.

Junto deste monte se acha outro muito menor [rasura] o / qual rebentou em Março de 1769. e lançou outra torrente de / semilhante materia, que esteve a correr perto de 15 dias, e como / isto sucedese da parte desta Ilha, que fica fronteira á de Santi / ago [rasura] tal era o clarão, que esta recebia, que de noite facilmente / se lia huma carta nas praias de que se avista aquela. Esta / torrente formou huma ponta sahida ao mar mais de / 30 braças, e com mais de 10 de altura a qual se chama a Ponta / da queimada nova. Perto da [...], e principalmente / nos labios da abertura do monte, que a expellio, se acha / grande copia de enxofre; porem os habitantes tem / medo de o hirem tirar ao dito monte, tanto pela fresca me / moria da sua irrupção, como pela vizinhança do grande / Volcão, que quando rebentou ferio a muitos e matou a algu / ns com as pedras que disparou.

Alem destes há outros muitos que deitarão as ditas / torrentes, as quais cobrirão grande porção do terreno / desta Ilha principalmente da parte do Sul; em cujo sitio [?] / porem não [...] falta senão aos pastos do gado; porque / [...]"

 

 

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A Ilha do Fogo no Século XVIII (II)

blogdaruanove, 10.03.09

 

Photo © http://www.flickr.com/photos/seaurchin/3344616540/

 

"Discripção da Ilha do Fogo aliás / de S. Felippe.

 

Tem esta Ilha quasi 5 leguas de comprimento de Norte / a Sul, e quatro e hum terço de maior largura de Ocidente para Oriente, / a qualidade do terreno he de boa terra porem com pouca per- / fundidade athe encontrar rocha viva de pedra negra e de qua / lidade ferrea a qual se vê cortada a pique com altura de 20 bra- / ças pouco mais ou menos em quasi todo o seu limite formando porem / algumas pequenas praias de areal que facelitão o desembarque; / por cujo motivo se chamão Portos de Lombas [?], os quais todos se divisão / na sua planta com os seus respectivos nomes. O terreno superior / da dita rocha que forma o extremo limite desta Ilha, começa / d'aqui a subir arrebatadamente a formar a serra que circunda o Volcão / chamado Rio do Fogo, cujo cume he mais illevado que a superficie / do mar hum quarto de legoa Portuguesa isto hé sete mil e duzentos / palmos. Este Volcão porem não deitou sempre fogo, como o / Ethena Mongibello Esda e outros muitos, mas só rebentou / pela primeira e ultima vez em 1740 com pouca differença procedendo / grandes e repetidos terremotos a dita irrupção que levou pelos ares / o cume mais alto do monte e depois entrou a despedir de si / grande numero de pedras pomas, e area negra como escoria / de ferro e com tal impeto que chigou que chigou [sic] esta a cahir como / chuva no Tarrafal da Ilha de S. Thiago que dista deste monte / quatorze legoas: depois do que começou a sahir da boca que com / a dita irrupção se lhe abrio huma torrente de materia quasi = [...]"

 

 

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A Ilha do Fogo no Século XVIII (I)

blogdaruanove, 09.03.09

Photo © http://www.flickr.com/photos/k0cash/3256465815/

 

As erupções na Ilha do Fogo, em Cabo Verde, têm sido documentadas regularmente desde a descoberta oficial do arquipélago, no século XV. A partir do século XVIII os registos passaram a ser mais detalhados, permitindo assim o estabelecimento de uma historiografia fidedigna da actividade vulcânica na ilha.

Um desses relatos encontra-se na relação das Ilhas de Cabo Verde, escrita em 1783 por João da Silva Feijó (1760-1824), o qual também voltou a registar, pouco depois, os aspectos da erupção ocorrida a 24 de Janeiro de 1785.

Pelo seu interesse e por se tratar de um documento provavelmente contemporâneo dos relatos de Feijó, ou mesmo anterior, reproduzir-se-á durante esta semana um manuscrito  incompleto, de quatro páginas, intitulado Discripção da Ilha do Fogo, aliás de S. Fellipe, de autor não identificado. Embora não apresente qualquer data, o documento será datável de 1769-1785, visto referir como mais recente a erupção de 1769 e não a de 1785.

Conforme se depreende da referência efectuada na primeira página, o manuscrito incluiria ainda uma ou várias plantas da ilha, que não foram localizadas ou identificadas. Registe-se que a marca de água do papel é de Nicolo Bruzzo.

 

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