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Rua Onze . Blog

Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

Arabia

blogdaruanove, 15.06.09

Jarra da série Fennia, desenvolvida entre 1902 e 1912.

 

Fundada em 1873 como uma subsidiária da empresa sueca Rörstrand (cf. http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/67869.html), a empresa Arabia estabeleceu no ano seguinte a sua primeira fábrica nos arredores da capital da Finlândia, Helsínquia.

 

Coincidindo no tempo com um sucedâneo tardio daquilo que se designou como Historismus, um revivalismo de inspiração histórica nas artes decorativas do centro e norte da Europa, a fundação da fábrica veio a veicular o desenvolvimento de um sentimento nacionalista finlandês no início do século XX.

 

Contando com a colaboração de alguns dos mais reputados arquitectos e designers finlandeses, onde se incluíam Akseli Gallen-Kallela (1865-1931), Eliel Lindgren (1874-1929) e Eliel Saarinen (1873-1950), a produção da fábrica conquistou uma medalha de ouro na Exposição Universal de Paris de 1900, desenvolvendo a partir de 1902 uma linha particularmente característica, com predomínio de composições geométricas, que veio consagrar internacionalmente o design da fábrica - a linha Fennia.

 

A jarra que se reproduz acima é uma das mais representativas dessa linha, quer na decoração, quer na forma, a  qual surge também numa jarra de vidro da fábrica Nuutajärvi, da mesma época.

 

Em 1916 a fábrica passou a ser detida integralmente por capital finlandês o que, apesar da modernização e renovação que se seguiu, poderá ter contribuído para alguma perda de competitividade internacional do seu design, pois a produção Rörstrand era particularmente reconhecida pela sua qualidade nessa área.

 

Este declínio veio  a ser ultrapassado com a chegada de Kaj Franck (1911-1989) que, a partir de 1945, assumiu a liderança do design da fábrica, onde fez ressoar a sua influência durante mais de três décadas. Logo em 1951 a empresa recebeu um galardão na trienal de Milão, Itália, distinção que se repetiu em 1953 e 1957.

 

Ironicamente, em 1984, a empresa Wärtsilä, que detinha o capital da Arabia, veio também a adquirir a totalidade da fábrica Rörstrand. Poucos anos depois, em 1990, o grupo Hackman adquiriu a Arabia a esta empresa. Posteriormente, o famoso grupo vidreiro iittala veio a adquirir, por sua vez, a empresa Arabia, que ainda hoje se mantém como marca autónoma.

 

Taça de artista (assinada A. I. J.) produzida na fábrica Arabia durante a segunda metade do século XX.

 

© Rua Onze . Blog

Rörstrand

blogdaruanove, 16.03.09

Jarra em pasta cerâmica branca (faiança, majólica) provavelmente modelada por Alf Wallander (1862-1914). Final do século XIX.

Conhece-se uma jarra deste modelo, com decoração marmoreada e assinatura de Thure Öberg (1871-1935), marcada como tendo sido produzida na fábrica Arabia, Finlândia. Proveniente da fábrica Rörstrand, Öberg chegou em 1896 à Arabia como director técnico, cargo que desempenhou até 1932.

 

Fundada em 1726, na Suécia, a fábrica Rörstrand tornou-se particularmente célebre durante o final do século XIX e o princípio do século XX através da sua produção de peças modeladas e decoradas ao estilo Arte Nova.

 

Jarra em porcelana, modelada e decorada por artistas não identificados. 1897-1910.

 

A estilização floral Arte Nova foi sublinhada pela fábrica através da técnica pâte-sur-pâte, que permite um tratamento escultural das peças através da adição de porcelana em camadas, contribuindo assim para o aspecto tridimensional da decoração.

 

Jarra em porcelana, e tratamento pâte-sur-pâte, modelada por Ruben Rising (1869-1929) e decorada por Astrid Ewerlöf (1876-1927). 1900-1910.

 

Depois de um percurso relativamente discreto durante o período Art Déco, a fábrica voltou a projectar-se internacionalmente com o modernismo escandinavo dos anos 40 e 50, movimento para o qual contribuiu com ceramistas e peças de notável qualidade.

Cf. uma peça desse período em: http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/56459.html.

 

Peça, com múltiplo revestimento vidrado e metalizado, reproduzindo um lúcio. Primeira metade do século XX.

 

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