Arquivo Fotográfico
Rally Aniversário do S. L. B., realizado em 3 de Março de 1963.
Dimensões do cartão: 12,4 x 18 cm.
Fotografia produzida pela Foto Ávila, Lisboa, em 1963.
© Rua Onze . Blog
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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
Rally Aniversário do S. L. B., realizado em 3 de Março de 1963.
Dimensões do cartão: 12,4 x 18 cm.
Fotografia produzida pela Foto Ávila, Lisboa, em 1963.
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Mendes de Carvalho (1925-1988), Camaleões e Altifalantes (1963).
Com esta colectânea, Mendes de Carvalho surge como um poeta iconoclasta e desassombrado, recuperando muito do que de contestatário e anarquista poderia ter havido num surrealismo menos onírico.
Aspecto significativo, no entanto, é o facto de a sua poesia recusar qualquer afastamento dadaísta ou surrealista da realidade, característica daqueles movimentos da década de 1910 e 1920 e do tardio sucedâneo surrealista português, e reflectir uma auto-ironia sobre a criação literária do poeta, que acaba por denunciar o próprio (d)enunciante.
Anteriormente, Mendes de Carvalho havia publicado os volumes de poesia Timbre (1948) e A Voz e o Círculo (1955), o volume de teatro A Comédia e a Rua (1958) e o volume de contos O Rei de Montoyya (1960), mas este livro é que veio introduzir o seu período mais significativo e personalizado, que continuou em Cantigas de Amor & Maldizer (1966), Satírica (1974) e Poemas de Ponta & Mola (1975).
Mendes de Carvalho publicou ainda A 10.ª Turista (1972) e a peça infantil Aventuras de Animais e Outros Que Tais (1982; em co-autoria com Orlando Neves [1935-2005]). Postumamente, numa homenagem que pretendeu recuperar a singularidade da sua poesia, publicou-se o volume Noite Branca: Poesia (1994), com apresentação de Urbano Tavares Rodrigues (n. 1923), um estudo de Fernando Grade (n. 1943) e ilustrações de Álvaro Infante do Carmo (datas desconhecidas).
De Camaleões e Altifalantes transcrevem-se dois poemas:
LUGAR
O sol no asfalto queima
uma velha cabeceia à soleira da porta
a magnólia abre sonhos brancos
inúteis
a vila parece longínqua
morta.
Apenas um pássaro canta
esquecido dos caçadores.
DENÚNCIA
Denuncio a máquina de fabricar tristeza
denuncio os assassinos da paisagem
o verso e o reverso das escritas secretas
as organizações da angústia nocturna
os que precisam de criada para todo o serviço
e para uso próprio do menino da casa
os investigadores puristas da moral alheia
a oferta de flores injectadas de veneno
os que escrevem cartas de recomendação
os que apunhalam reputações com risos a três quartos
os que recebem à linha para dizer bem ou mal
os que têm a sua religião para as ocasiões
os segregacionistas das little rock
o santo e a senha de todos os lados
os fabricantes de morfina com nomes potáveis
a poética dolorosa de conversa fiada
e [sic] arame farpado camuflado em fitas de inauguração
os que têm coração apenas para as setenta pulsações
denuncio os denunciantes.
Na autobiografia publicada em Satírica, Mendes de Carvalho escreveu:
" (...) Chateado com muitas coisas (algumas secretas), começou a fazer poesia de canino aguçado e publicou 'Camaleões e Altifalantes'. A editora era muito importante. Os críticos leram e, de um dia para o outro, acordou (também) importante. Ficou muito contentinho. Na mesma editora (o livro vendeu-se bem), saiu, três anos mais tarde, 'Cantigas de Amor & Maldizer'. Os críticos confirmaram que sim senhor e alguns falaram da sua família poética, uns tipos famosos. Como nesse tempo usava barba, afagou-a muito, muito compenetrado. Mais ou menos por essa altura, co-dirigiu uma revista de artes e letras, que teve pouca duração (para não fugir ao costume). Em 1972 (na maturidade), publicou 'A 10.ª Turista', peça muito discutida (é assim que é hábito dizer-se), mas não representada (é assim que é hábito fazer-se).
Se o leitor chegar até ao poema 'Antibiografia em trânsito', verificará que o autor é contra as biografias, especialmente as de pequeno curso, de navegação costeira. Dá-lhe vontade de rir (quando lê) o elasticizar do biógrafo a falar do biografado, a meter-se na sua vida, simpaticamente quando a 'celebridade' ainda anda por cá. (...) "
Note-se que no volume Camaleões & Altifalantes reproduzido, que pertenceu ao escritor, académico e crítico literário Luís Forjaz Trigueiros (1915-2000), se encontra assinalado o poema Chiado.
Capa do livro Satírica, incluído na colecção Pequeno Tesouro e publicado em Março de 1974.
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César Pratas (n. 1936), Post Scriptum (1963).
Capa de João da Câmara Leme (1930-1983).
Habitualmente, os prémios de poesia revelam autores ignorados que, a seguir à distinção, regressam na sua maioria ao anonimato ou se remetem ao silêncio literário.
O mesmo sucedeu no caso de César Pratas. Com Post Scriptum recebeu o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores para 1962. Antes, havia apenas publicado a colectânea Antemanhã (1962), a qual foi novamente republicada e aumentada no presente volume. Posteriormente, veio a publicar unicamente o volume Sismógrafo (1969).
Transcrevem-se três poemas, respectivamente de Post Scriptum, os dois primeiros, e de Antemanhã:
Poema I
1
se 2 + 2
fossem apenas 2 + 2
e não 4
se cada coisa
valesse apenas
como coisa em si
sem outro significado
que o seu próprio significado
(...)
6
mas cada coisa
tem um significado
presente e ausente
para lá das mãos
há sempre um gesto
que não é o nosso
há sempre
um horizonte visual
uma continuação do fim
para que nascemos
Poemas de Amor
Poema IV
corro a mão pelo vértice dos dias
nesta reza vertical de imaginar-te
defino-te palavra mais recente
sem sílabas
vogais ou consoantes
uma lágrima de lodo
um pássaro à deriva
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Desdobrável turístico com fotografias e lista de localidades, monumentos e instituições de interesse nos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Arouca, Aveiro, Coimbra, Condeixa, Estarreja, Feira, Figueira da Foz, Ílhavo, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Oliveira de Frades, Ovar, Penacova, Penela, Poiares, Sever do Vouga, S. João da Madeira, Soure, Vale de Cambra, e mapa da região (44,5 x 65,5 cm), publicado por Rotep, Lda., Lisboa, em 1963.
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Ilustração de Oskar Pinto Lobo (1913-1995) para a capa da Revista de Cultura e Turismo [da Costa do Sol], número XVII, de Fevereiro de 1963.
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Capa de Paulo-Guilherme (d' Eça Leal, n. 1932) para a segunda edição (1963) da novela Um Homem não Chora (1960), de Luis de Sttau Monteiro (1926-1993).
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Ilustração de Ângelo de Sousa (n. 1938)
Organizado pelo Cine-Clube do Porto e coordenado por Egito Gonçalves (1920-2001), Carlos Moraes (datas desconhecidas) e José de Castro (datas desconhecidas), o ciclo de cinema Geografia do Humor decorreu entre Outubro e Dezembro de 1965.
Exibiram-se então os filmes O Jovem Mentiroso (Billy Liar, 1963), de John Schlesinger (1926-2003), Elena e os Homens (Elena et les Hommes, 1956), de Jean Renoir (1894-1979), Plácido (Plácido, 1961), de Luis García Berlanga (n. 1921), O Mundo é um Manicómio (Arsenic and Old Lace, 1944), de Frank Capra (1897-1991), e Fantasmas em Roma (Fantasmi a Roma, 1961), de Antonio Pietrangeli (1919-1968).
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Uma Aventura Inquietante, de José Rodrigues Miguéis (1901-1980).
Ilustrações de Infante do Carmo (datas desconhecidas) para a primeira edição (Dezembro de 1958, de acordo com o cólofon, 1959 de acordo com outras referências), abaixo, e de Luís Filipe de Abreu (n. 1935) para a segunda edição (Dezembro de 1963), acima.
Na contracapa da segunda edição publica-se o extracto de uma opinião de Jorge de Sena (1919-1978) sobre a obra:
"Uma meditação sobre a liberdade... páginas inolvidáveis de evocação e caracterização, de justeza e gosto descritivo"
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