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Rua Onze . Blog

Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

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Rookwood

blogdaruanove, 20.04.09

Pequena jarra com vidrado brilhante.

Modelo 861, datado com treze incisões à volta do monograma RP (1899) e assinado M N S.

 

Fundada em 1880 por Maria Longworth Nichols Storer (1849-1932), na cidade de Cincinnati, a Rookwood Pottery tornou-se rapidamente numa das mais prestigiadas fábricas de cerâmica dos Estados Unidos.

 

As peças inicialmente produzidas seguiam um padrão que privilegiava a decoração floral sobre fundos em tons degradé que variavam ente o castanho e a cor de mel.

 

Tal decoração depressa se popularizou e muitas outras fábricas entretanto fundadas, como a Roseville (1890; http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/84598.html) e a Owens Pottery (1895) seguiram este padrão decorativo. Até mesmo a fábrica Weller (1872), que já havia sido fundada antes da Rookwood, adoptou este padrão.

 

Entretanto, os fundos degradés deixaram de utilizar apenas os tons acastanhados e amarelados, passando a surgir nas mais diversas tonalidades.

 

Pequena jarra com vidrado mate. Modelo 2139, datado XXIX (1929).

 

Atenta às tendências, no início do século a Rookwood passou a apresentar diversas peças em vidrado mate, com uma decoração sóbria que assentava essencialmente na modelação e nos tons mais procurados da versão americana do movimento Arts & Crafts – amarelos, azuis e, muito em particular, verdes.

 

Esta última cor, cujas diversas tonalidades continuavam a surgir preferencialmente na versão mate, era também característica das famosas fábricas Grueby e Teco, tendo passado a estar entre as favoritas da decoração Arts & Crafts, frequentemente utilizada por, entre muitos outros, Gustav Stickley (1858-1942) e pelo arquitecto Frank Lloyd Wright (1867-1959).

 

Pequena jarra com vidrado mate. Modelo 6444, datado XLIV (1944).

 

A produção Rookwood, no entanto, crescia e diversificava-se, não se cingindo à tendência Arts & Crafts.

 

A dispendiosa mão-de-obra especializada dos diversos pintores e pintoras da fábrica atingia o seu virtuosismo nas decorações, ainda imbuídas da tradição simbolista, de paisagens lacustres, bosques e florestas.

 

Esta produção acompanhava os sempre favoritos padrões florais, tendo a sua expressão máxima no vidrado vellum, um vidrado mate, translúcido, que dava a impressão de apresentar um fino véu a cobrir a decoração manual.

 

Pequena jarra com vidrado brilhante. Modelo 6444, datado de XLV (1945).

 

A produção Rookwood era naturalmente dispendiosa, devido à técnica e à mão-de-obra, pelo que a partir da década de 1920 passou a verificar-se uma maior insistência na decoração à base da modelação, tendência que se acentuou com a crise de 1929. 

 

A fábrica continuou a produzir interessantes peças durante as décadas de 1930 e 1940, mas as sequelas da II Grande Guerra parecem tê-la afectado, pelo que acabou por ser vendida em 1959 a uma companhia de relógios, a Herschede Clock Company, cessando a produção em 1967

 

Contudo, em 1982, um coleccionador de cerâmica, Arthur Tonley, adquiriu a companhia e o seu acervo, tendo vindo a cedê-la a Christopher Rose, em 2004. Assim, apesar das múltiplas vicissitudes das últimas décadas, a fábrica Rookwood mantém-se ainda activa.

 

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