Autógrafos - Helena Marques
Helena Marques (n. 1935), O Último Cais (1992; 2.ª edição, 1993).
Os Açores tinham o seu grande romance desde 1944, ano em que foi publicado Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio (1901-1978). A partir de 1992, com O Último Cais, a Madeira passou também a ter o seu grande romance.
Os vários prémios atribuídos à obra dizem dos méritos que a crítica encontrou. Mas só a leitura do romance permite apreender o ritmo singelo da narrativa, o fascínio daquelas personagens e os amores que se evolam desta ode à Madeira.
Um romance do feminino e um romance que só a sensibilidade feminina poderia escrever. Um romance sobre as mulheres, ao ritmo das mulheres, em sintonia com as inquietações das mulheres. Um romance de uma tal beleza e serenidade narrativa que sobre ele apetece exclamar – Ave Maria, gratia plena!
É, também, um romance que anuncia parte da demanda do livro seguinte da autora, A Deusa Sentada (cf. http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/376638.html), obra cujo enredo decorre, parcialmente, em Malta. Mas este último é, contudo, um romance completamente ofuscado pelo primeiro.
© Rua Onze . Blog