Charadas - Terras de Portugal (VIII)
© Rua Onze . Blog
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Ana Luísa Amaral (n. 1956), Entre Dois Rios e Outras Noites (2007).
Professora universitária, Ana Luísa Amaral deixa transparecer a actividade intelectual ligada a essa profissão em muita da sua poesia, onde surgem diversas alusões a outras literaturas, a outros autores e a um universo que sincreticamente conjuga alusões mitológicas e alusões bíblicas.
Referiu o notável ensaísta e crítico literário canadiano Northrop Frye (1912-1991) que a Bíblia era um substrato fundamental para autores e leitores da literatura ocidental. A obra de Ana Luísa Amaral não se torna criptográfica se não conhecermos a Bíblia, mas em muitas das suas passagens o leitor beneficiará de uma leitura mais rica se estiver familiarizado com a mesma.
Aliás, a directa alusão na capa do presente volume ao poeta e ilustrador William Blake (1757-1827), cuja obra Frye usou para ilustrar a sua teoria, mostra que a autora está perfeitamente consciente disso.
Apesar de toda a contextualização intelectual da sua poesia, Ana Luísa Amaral consegue transmitir-nos a singularidade da sua mensagem poética como se estivesse a tratar da "simplicidade das coisas simples" do quotidiano. E a leveza que consegue transmitir aos seus textos, contrastando com a profundidade das suas emoções e das suas mensagens, mostra-nos que estamos perante uma das mais notáveis poetisas portuguesas contemporâneas.
Antes deste livro, a autora publicara já Minha Senhora de Quê (1990), Coisas de Partir (1993), Epopeias (1994), E Muitos os Caminhos (1995), Às Vezes o Paraíso (1998), Imagens (2000), Imagias (2002), A Arte de Ser Tigre (2003), A Génese do Amor (2005) e Poesia Reunida: 1990-2005 (2005), todos volumes de poesia, e as obras de literatura para a infância Gaspar, o Dedo Diferente e Outras Histórias (1999) e A História da Aranha Leopoldina (2000).
Ainda em 2007 recebeu o prémio literário Correntes d'Escritas, em Portugal, e o prémio de poesia Giuseppe Acerbi, em Itália.
De Apontamentos Desiguais, uma das secções deste volume, transcreve-se o Apontamento VII:
A esta hora
há poucos dias era um outro lado,
outra voz a meu lado
Quantas arestas temos,
quantos cantos,
quantas formas de amar?
Reversíveis numa geometria
que amedronta,
a base do avesso quantas vezes
Exaltava, se quisesse:
esta montanha de contos de fadas
e bocados de neve
Exaltava se quisesse
e o coração assim
mo permitisse
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Fotografia produzida em casa (portuguesa?) não identificada. São Tomé e Príncipe (?).
Dimensões: 16,2 x 11 cm.
Início do século XX.
Comparar com: http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/200375.html.
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Ilustração de Stuart Carvalhais (1887-1961) para a capa da sétima edição (1925) de Os Pobres (1906), de Raul Brandão (1867-1930).
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Se não, na rampa da vida,
Mais rude de passo a passo,
Não vendo fim á subida,
E caindo de cansaço,
Quem não fôra um suicida!...
Raimundo António de Bulhão Pato (1829-1912), A Dança Judenga (1901).
© Rua Onze . Blog
Mais para ler