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Rua Onze . Blog

Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

Evocações de Eugénio Tavares (II)

blogdaruanove, 17.02.09

 

Um caso recente de evocação de Eugénio Tavares (1867-1930) na literatura ocorre ao longo do romance Oh Mar de Túrbidas Vagas (2005), de Henrique Teixeira de Sousa (1919-2006).

 

Aliás, o título da obra repete um verso de uma morna do poeta, popularmente conhecida como Mar  Eterno:

 

   (...)

   "Oh mar eterno sem fundo,

   sem fim,

   oh mar de túrbidas vagas,  

   oh mar.

 

   De ti, das bocas do mundo,

   a mim,

   só me vêm dores e pragas,

   oh mar.

   Que mal te fiz, oh mar, oh mar,

   que ao ver-me, pões-te a arfar, a arfar,

   quebrando as ondas tuas

   de encontro às rochas nuas."

   (...)

 

A influência da obra do poeta é claramente sublinhada por Teixeira de Sousa antes de iniciar o seu romance, quando este declara:

 

"Sob o signo de Eugénio Tavares, poeta do mar e do amor, no ano em que ocorre o septuagésimo quinto aniversário da sua morte."

 

De facto, o mar e o amor são as linhas de força deste belíssimo romance, a que se junta a força da constante evocação da poesia e das mornas de Eugénio Tavares, entre as quais surge, também, a conhecida Hora di Bai.

 

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Curiosidades - Notas da Companhia de Moçambique

blogdaruanove, 17.02.09

 

Anverso e verso de uma nota de vinte centavos emitida pela Companhia de Moçambique na cidade da Beira, em 25 de Novembro de 1933.

A legenda perfurada, em duplicado, tem a seguinte inscrição: "PAGO / 5.11.1942". 

 

Fundada em Fevereiro de 1891, na sequência de toda a agitação e reorganização motivada pelo Ultimato Inglês de 1890, esta companhia obteve uma concessão de exploração e gestão majestática, por 50 anos, dos territórios de Manica e Sofala. Entre muitos outros privilégios, esta concessão permitia a emissão de selos e moeda.

 

Em Julho de 1942 a administração dos referidos territórios passou a ser efectuada pelo governo colonial de Moçambique, sob a supervisão do governo central.

 

 

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Viseu em 1915 (II)

blogdaruanove, 17.02.09

Vizeu      Hotel Portugal

Bilhete postal do início do século XX.

Edição da Tabacaria Costa - Viseu. 

 

"Amigos dedicados, que são ao mesmo tempo correligionarios prestimosos, esperam-me na Estação e levam me para o Grande Hotel, num bairro novo da cidade.

Manuel Casimiro, o glorioso artista tauromaquico, tendo passado a mocidade a lidar touros, resolveu passar a velhice a tratar hospedes. Talvez não seja mais lucrativo, mas é com certeza menos perigoso, embora certos hospedes sejam más rezes, sem alusão grosseiraás virtudes conjugaes. Um fidalgo, lembrou-se de construir uma bela casa para Hotel, e logo Manuel Casimiro se meteu a hoteleiro, desembaraçado e solerte como ha trinta anos atraz.

Muita gente, ao que por ahi se diz, não visita a Provincia porque ela, duma fórma geral, não  lhe oferece os indispensaveis comodos de alojamento, para alguns dias ou para algumas horas. Os hoteis, fóra de Lisboa e Porto, são por via de regra maus, alguns são positivamente horríveis, estalagens em que tudo falta – a não ser o pecevejo no verão, e a pulga em todas as estações.

Pois Vizeu tem hoje um magnifico hotel, o Grande Hotel, em que o touriste encontra tudo quanto lhe é permitido desejar fóra de sua casa – se é que em sua casa tem o conforto das instalações modernas, que servem de casulo á burguezia dinheirosa. Quartos amplos, de janelas bem rasgadas, uma mobilia singela, de fabricação local, graciosa e leve, e os leitos á vontade do freguez, quanto ao colchão, sendo preferiveis os de arame, para gente casada, por causa do resalto, que é uma força a aproveitar."

 

in Brito Camacho (1862-1934), Jornadas (1927).

 

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