Documentos & Companhia
Imposto de cestaria sobre a venda do pescado em Lisboa.
Marcas de água no papel: D. B. e Pollere (?).
© Rua Onze . Blog
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
Imposto de cestaria sobre a venda do pescado em Lisboa.
Marcas de água no papel: D. B. e Pollere (?).
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Bilhete postal de início do século XX.
"Na lota chamada de consumo, são as varinas, as peixeiras dos mercados, os pequenos negociantes a disputar cada "teca", num alvoroçado despique, em que se entremeiam as livres expressões do pitoresco fraseado da gente do mar:
– Vinte ! dez ! cinco !... – O preço vai descendo até que algum dos compradores grite a frase característica do remate:
– "Chui !" O peixe é meu !
– Compraste bem, ó Encarnação !...
– Larga a amarra, ó Chico, que o dinheirinho custa muito a ganhar...
– Ah, se o mar secasse, não tinhas cordões de oiro, Maria Petinga !...
– Cala-te, "selvage"... Deus te cubra de "benções", malvado, alma de chicharro, que a tua fala não chega ao céu...
– O céu é lá na cama onde tu dormes com o teu homem, santinha...
E toda aquela gente anda numa dobadoira, numa roda viva, a arrastar os cabazes para a babugem da água, a lavar o peixe e a acamá-lo nas gigas, cada um a falar por seu lado, numa algaraviada em que se confundem as pragas com as gargalhadas, os dichotes com os gritos dos compradores ajoujados ao peso das caixas, a escorrer sangue vivo que purpureja as pedras e os charcos dos molhes.
Bilhete postal circulado em Dezembro de 1932. Ilustração de E. B. Felismina (datas desconhecidas).
Na lota da indústria, quando não falta a folha-de-flandres, são os conserveiros quem arremata o pescado; e andam os delegados dos grémios, os guardas-fiscais e outros funcionários numa azáfama pegada, a conferir, a observar, a impor tabelas e regulamentos, sempre sofismados pelos traficantes.
Para o Frigorífico de Santos, mais abaixo, a seguir ao cais da Insulana, vão os vapores que trazem do Cabo Branco, do mar largo, o peixe grosso: os pargos, as grandes pescadas do alto, os peixes-espadas, os congros, os robalos, os cachuchos – torvelinho de oiro, com laivos rubros e escamas prateadas, que, aos reflexos do Sol e através dos cristais de gelo, adquirem cintilações magníficas, como as refulgências marinhas nos brancos-azulados das ondas inquietas.
O peixe é oiro, mas quando o há, quando ele vem à rede ou não o afugentam das zonas da pesca ou quando os barcos não ficam imobilizados, por falta de combustível, como acontece nos tempos calamitosos de guerra.
Mas, Lisboa, às vezes, esquece-se disto e só pensa em saborear a sardinha assada, nos botequins da Outra Banda, e o delicioso peixe frito, nas feiras e romarias e nos retiros arrabaldinos..."
in A Cidade das Mil Cores (1946), de César dos Santos (1907-1974).
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Bilhete postal circulado em Outubro de 1908.
"Naquela meia claridade de tintas esbatidas, ainda com os horizontes embaciados pela neblina que se evapora do mar e as luzes da cidade a esvairem-se em suspiros e bocejos de tédio, andam já em constante movimento grupos de trabalhadores, homens e mulheres para os quais o dia começa muito antes do amanhecer... A fisionomia característica do porto principia, porém, a desenhar-se em nítidos perfis quando as silhuetas confusas se fundem aos rubros clarões do Sol e as figuras e os vultos, ainda há pouco indecisos na tímida claridade matutina, sobressaem em salientes contornos no cenário de radiante policromia, enquanto o astro começa a subir no céu pálido e um dilúvio de oiro se derrama sobre as colinas e corre para o rio.
Principia a crescer e a esfarelar-se no ar um rumor de vozes, de mistura com redemoinhos de roldanas, apitos, chiadeiras de rodas e sarilhos de ferragens, rodopios de sons finos e penetrantes que parecem cortar os nervos e se enredam nos cabrestantes ou nas engrenagens dos potentes guindastes, entre labaredas e coriscos, nas fornalhas dos estaleiros; e tudo isto se mistura com o rumor turbulento que vem dos barcos fundeados perto de terra e a algazarra a alardear pelos molhos fora e a tornar-se mais intensa nas descargas e nas lotas do peixe, na Ribeira Nova e no Frigorífico de Santos.
Do bojo alcatroado dos barcos que andam a bailar ao sabor da mareta, saltam de contínuo para a chusma de lanchas e pequenos botes, que logo viram para o pontão ou para as escaleiras escorregadias da muralha, suja de limos, os cabazes de sardinha, do carapau, o peixe miúdo, reluzente, com fosforescências, dir-se-ia que em rolos de prata viva."
in A Cidade das Mil Cores (1946), de César dos Santos (1907-1974).
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Marca de água no papel: Deferari.
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Capa e contracapa, da autoria de Méco (datas desconhecidas), de uma brochura editada por ocasião do II Congresso Nacional de Pesca, realizado em Lisboa durante o mês de Junho de 1947.
Esta publicação, intitulada O Peixe é um Alimento Completo, inclui considerações sobre o valor alimentar do peixe, dados sobre a composição centesimal química de algumas espécies de peixes (gordos - boga do mar, carpa, cherne, eiró, enguia, sarda, sardinha; e magros - corvina, linguado, peixe galo, pescada, rodovalho), dados comparativos sobre a digestibilidade de carne, peixe e marisco (borracho assado, frango assado, presunto, vaca cozida, vitela assada; arenque salgado ou fumado, esturjão, ostra, pescada, salmão, truta) e diversas receitas, algumas das quais serão reproduzidas ao longo das próximas duas semanas.
© Rua Onze . Blog
Mais para ler
Em 1803, Sua Alteza Real, o Príncipe Regente, era João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança, o futuro rei D. João VI (1767-1826; rei, 1816-1826).
Marca de água no papel: Cacciero.
© Rua Onze . Blog
Mais para ler