Imagem de Medusa num dracma de Apollonia Pontika (actual Bulgária).
O jornal Público divulga hoje, com mais destaque do que já havia feito no início do mês, a descoberta de um enorme mosaico romano (cerca de 53 m2), do século IV d.C., na vila alentejana de Alter do Chão (antiga Abelterium; http://pt.wikipedia.org/wiki/Alter_do_ch%C3%A3o).
Aludindo a uma passagem do final da Eneida, de Virgílio (Publius Vergilio Maro, 70-19 a.C.), o mosaico mostra Eneias com um escudo onde Medusa está representada.
Imagens parciais do mosaico de Abelterium. (© Público)
A tradicional referência mitológica a Medusa enfatiza o seu olhar petrificante, mas, paradoxalmente, um outro atributo relacionado com a sua imagem é a protecção contra o mau-olhado e os espíritos maléficos.
Do mesmo modo, um outro aspecto esquecido na simbologia relacionada com Medusa é a representação que habitualmente se fazia no fundo de alguns copos e taças da época Clássica, onde apareciam imagens desta Górgona.
É assim muito provável que esta tradição esteja na origem das populares canecas que apresentavam sapos, rãs, e outros "símbolos escatológicos", no seu fundo.
(Também muito provavelmente, o dracma de prata reproduzido acima será proveniente do conjunto das, agora famosas, falsificações colocadas a circular no mercado numismático durante o final do século passado. Para informações suplementares sobre alguns originais, algumas falsificações, e respectivas imagens, poderá consultar: http://rg.ancients.info/bulgarian_school/forgeries.html, http://www.snible.org/coins/black_sea_hoard.html e http://rg.ancients.info/bulgarian_school/.)
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