Curiosidades - Calendário de Bolso
Calendário metálico, de bolso, para os anos de 1950 a 1971.
Edição de Bernardino de Oliveira, Porto.
© Rua Onze. Blog
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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...
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Calendário metálico, de bolso, para os anos de 1950 a 1971.
Edição de Bernardino de Oliveira, Porto.
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Antunes da Silva (1921-1997), Sam Jacinto (1950).
Capa de Manuel Ribeiro de Pavia (1907-1957).
Escritor cuja obra se insere no movimento neo-realista, Antunes da Silva abordou muitas das temáticas recorrentes nessa literatura – a luta de classes, a solidão, a desolação e o desamparo, a miséria e o sofrimento dos trabalhadores.
De entre as suas inúmeras obras, as mais conhecidas serão as primeiras colectâneas de contos, Gaimirra (1946), Vila Adormecida (1947; cf. a belíssima capa em http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/166278.html), e esta Sam Jacinto, bem como a novela Suão (1960).
Para além de prosador, Antunes da Silva foi também poeta e em breve será aqui referido um dos seus primeiros livros de poesia, Canções do Vento (1957).
Do conto A Fuga, incluído em Sam Jacinto, transcrevem-se dois parágrafos:
"É doloroso dizê-lo, mas é assim. A vila, por muito que se tente, por muito que certos homens se esforcem por erguê-la à sua antiga condição – nem reage. Existe, entre os seus habitantes, um medo da vida, aquilo que o sr. Florentino disse, e muito bem, "ser a tragédia de um povo que perdeu o espírito de iniciativa e a voluntária vontade de lutar..." Almas fracas, influídas pela crise, deram em beber e faltar ao respeito às pessoas de vergonha. As raparigas, nos bailes, aceitam namoro a dois e três rapazes ao mesmo tempo. Os arrendatários de terras, esmorecidos nos seus cometimentos, ficam horas e horas cismando, à espera de milagres que nunca mais vêm...
A vila mudou. Tem outros vícios e menos virtudes... Afaga-se ao passado, ao prestígio de meia dúzia de cidadãos que mantêm intactos os corações puros e virgens da passada mocidade. Os homens que nascem e crescem têm medo da vida. E com esse medo da vida, os homens que nascem e crescem nas planícies tornam-se agora menos solidários e mais hostis. Qualquer menina namora até altas horas e já nem os pais se conseguem fazer obedecer... Ou os pais deixam passar o tempo, ansiosos, à espera que as filhas tenham um lugar de futuro ao sol do mundo, casando com qualquer estanislau..."
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