Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Rua Onze . Blog

Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

Rua Onze . Blog

Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

Autógrafos - Glauber Rocha

blogdaruanove, 30.09.09

 

Glauber Rocha (1939-1981), Riverão Sussuarana (1978).

Capa de Paula Gaetan (Gaitán; n. 1954).

 

 

Realizador paradigmático do Cinema Novo do Brasil, celebrizado por filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963), Terra em Transe (1967) ou O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1968), Glauber Rocha escreveu também diversos textos, essencialmente sobre cinematografia.

 

As excepções a essa temática são Cartas ao Mundo, obra publicada postumamente (1997), e Riverão Sussuarana.

 

Este foi um romance escrito pouco depois da morte de sua irmã Anecy, mencionada ao longo da obra, e pouco antes da sua breve residência em Sintra. Evocando o imaginário do sertão e do nordeste brasileiro num discurso fragmentário e urbano, Glauber Rocha apresenta-nos um texto híbrido, onde a prosa poética se mistura com o concretismo, a intervenção social, preconizada pelo Cinema Novo, se cruza com a inovação textual, e a auto-biografia se entrelaça com a evocação da literatura de Guimarães Rosa (1908-1967) e de outros autores brasileiros.

 

Deste romance transcrevem-se dois parágrafos:

 

"Flambuayantes capins nos óculos de Guima colhendo ovim de mosca pra mini microscopar Dr. Glenn na Universidade de Oxford ronrinhiuou – "Foi êle. Microscopio mirim pra testar fauna e flora sertaneja."

 

Dentro da garrafa tanajuras vagalumes piuns pias luxque fuxza fixicoz kóz formigareira Rosa nominava raças da noite corriam pros ventres capinais quando o sol levantava outro dia no sertão quixeraquiquim lajedais refulgente boiada horoscopicopichor horizontilómiado Riverão empinando meta física krystal Prato-Oriente Diante Divino Rebombão do sino do mingo pé de cachimbo de ouro dá no bezouro mofino dá no menino valente dá no tenente de prata dá de chibata!"

 

© Rua Onze . Blog

A Dança Judenga (LXXIII)

blogdaruanove, 30.09.09

 

 

   Repara... Não vês aquella,

   Que, na elegancia e no porte,

   Tem o fuzilar da estrella

   Num ceu varrido do norte?

   Sonhaste mulher tão bella?!...

 

Raimundo António de Bulhão Pato (1829-1912), A Dança Judenga (1901).

 

 

© Rua Onze . Blog

A Dança Judenga (LXXII)

blogdaruanove, 29.09.09

 

 

   Agora tenham-lhe mão!...

   Escreve em tal portuguez,

   Que até um sabio allemão

   Diz ser lingua de maltez,

   Ou lingua de tetuão!

 

Raimundo António de Bulhão Pato (1829-1912), A Dança Judenga (1901).

 

 

© Rua Onze . Blog

Pág. 1/13