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Rua Onze . Blog

Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

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Aki ó-matsu Hito ó-mayowasu Momiji-kana!...

Ainda Miguel Torga

blogdaruanove, 10.08.09

 

Contaram-me que Miguel Torga (pseudónimo de Adolfo Rocha, 1907-1995), já no hospital e no  período final da doença que o vitimaria, era frequentemente instado a receber a visita de uma senhora, familiar de um antigo estadista, que o viria cumprimentar em nome deste. Torga, que não simpatizava nada com esse estadista, recusava sistematicamente a visita, dizendo que não sabia quem ele era, e nem sequer o conhecia.

 

Prevenia as pessoas mais próximas, aliás, para que não permitissem nenhuma visita-surpresa que pudesse ter consequências mutuamente desagradáveis. E esse desejo foi respeitado até à sua morte.

 

Após a verificação do óbito, o corpo de Torga passou a noite na sala mortuária do hospital, que a determinada hora foi encerrada. Na manhã seguinte, quando se tinha de abrir a sala para realizar o funeral, verificou-se que a chave tinha desaparecido. Após inúmeras diligências, realizadas em vão, a porta teve que acabar por ser arrombada.

 

Comentário de quem me relatou o episódio – "O Torga era terrível! Até depois de morto arranjou maneira de se precaver contra visitas indesejadas..."

 

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Sarreguemines (III)

blogdaruanove, 10.08.09

 

Entre as decorações de vidrado microcristalisno desenvolvidas pela fábrica Sarreguemines durante o final do século XIX, encontravam-se diversas variantes de azul e verde, duas das quais aqui ilustradas, que representavam um corte radical com os vidrados monocromáticos de tons conservadores, como o "Rose Pompadour" e o "Sang-deBoeuf".

 

Demonstrando um aperfeiçoamento do tratamento químico dos vidrados, este acabamento microcristalino e as miríades de tonalidades daí resultantes  traduzem-se numa iridisação das superfícies decorativas que também foi comum à vidraria artística da época, como se pode observar na famosa produção da fábrica europeia Loetz e nas peças Favrile desenvolvidas nos E.U.A. por Louis Comfort Tiffanny (1848-1933).

 

A iridisação verde de cobre patente na peça ilustrada revela-se ainda particularmente contemporânea, pois evoca o verde do absinto novo, bebida em voga entre intelectuais e artistas no final do século XIX, e posteriormente proibida em França, e as suas propriedades alucinogéneas.

 

 

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A Dança Judenga (XXXVI)

blogdaruanove, 10.08.09

 

   Em dias de deslumbrar

   O rouxinol emmudece,

   E de noite entra a cantar!...

   Bemdita a canção da prece

   Das mães, nas sombras do lar!

 

Raimundo António de Bulhão Pato (1829-1912), A Dança Judenga (1901).

 

 

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